terça-feira, 29 de julho de 2014

Ilustrassom

Coisas que a dona desse blog adora: música e ilustração.
Coisas que a dona desse blog enlouquece quando vê: ilustração baseada em música

Precisa nem dizer do que se trata o "Ilustrassom" né? Um blog de ilustrações com as melhores músicas desenhadas. A dona do blog, Nai, se descreve como "casada com o design e amante da música" quer coisa melhor?

Quer ver qual é o resultado dessa bigamia?







Gostou? Tem mais aqui!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Textura de areia, calor de UVA e gosto de sal

por G.C



É inverno, mas aqui os nativos comemoram sua localização privilegiada nos trópicos, o céu está limpo e o dia claro. Claro e convidativo a todos os desejos da canção. Ando mais alguns metros e já te avisto, sentada sobre a canga estirada na areia.

Me aproximo e você sorri, em poucos segundos já está pendurada em meu pescoço. A boca gelada contrasta com o corpo quente, choque térmico, um beijo com sabor de coque elétrico. A maciez da pele em algumas partes do corpo cede lugar para a textura da areia e os cabelos já molhados, deixam escorrer pequenos fios de água, um minúsculo rio entre suas costas qual atrapalho o curso com a palma das mãos.

Você volta ao tecido estirado, toma mais um gole da cerveja, rapidamente cumprimento outros e parto na direção do mar, mas o pensamento fica. Os olhos fitam a imensidão do azul, mas na cabeça a figura da sua pele marrom, do ouro sol e da mistura bronze que se origina dessa relação. As ondas atingem meus pés, vão e voltam algumas vezes em seu próprio ritmo descoordenado.

Você me lê a cabeça, se aproxima e de repente beija o meu ombro, não diz nada, acaricia minha pele e o toque é mais quente que os raios UVA. Eu te pego pelo braço e a partir daí passamos a construir as memórias mais frescas daquele dia. Seu corpo desaparecendo no azul, seu sorriso entre a espuma do mar, suas mãos no rosto ao emergir de um mergulho, o gosto do sal na sua pele.

Foi só mais um final de semana na sua vida, na minha, na longa existência do oceano, mas por um momento formamos os três a perfeita simetria. O suficiente pra eu guardar como um registro, um fragmento que define o que é amor.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Tudo que é vivo morre: Romance d'a Pedra do Reino

O jovem Ariano


Ave Musa incandescente
do deserto do Sertão!
Forje, no Sol do meu Sangue,
o Trono do meu clarão:
cante as Pedras encantadas
e a Catedral Soterrada,
Castelo deste meu Chão!

Nobres Damas e Senhores
ouçam meu Canto espantoso:
a doida Desaventura
de Sinésio, O Alumioso,
o Cetro e sua centelha
na Bandeira aurivermelha
do meu Sonho perigoso!

 Ariano Suassuna.

Esse mês tem sido difícil para a literatura e pra minha história com ela também. Lembro que lá no ensino fundamental Rubem Alves me aproximou das crônicas e por consequência do Jornalismo. Não vou saber explicar a conexão exata, só sei que foi assim.

Alguns anos antes Ariano já tinha entrado na minha vida, tinha e não tinha. Assistia ao Auto da Compadecida, que pelo menos na minha memória, foi tradicionalmente o filme do dia 1º de Janeiro durante alguns anos. Na minha infância a presença do filme, o aniversário de minha mãe e o baba de saia jogado por meu tio faziam dessa data a mais divertida do ano.

Somente anos mais tarde já no ensino médio que tive contato com o livro de fato. Uma das coisas que o acaso fez esbarrar em mim na pequena biblioteca do Cefet.

Por essas e por outras Julho é triste, frio e não sabe se chove ou se chora em silêncio. Mas seguimos no mundo onde tudo o que é vivo, morre.

Dê Menor Importância! (ou Assimile as cores desta canção)

por Memorable Quotes

"Não me ame tanto
Eu tenho algum problema com amor demais
Eu jogo tudo no lixo sempre"



São 4 horas da manhã e você não consegue dormir. Não há informação alguma. O pensamento viaja por todas as possibilidades. Sono já não existe mais. Onde estão os filmes monótonos? Vem o suor, a cabeça roda, ouve o som imaginário na casa do vizinho. Por onde andará? O que estará fazendo agora? Pensando em que? As perguntas são mesmo essas? Doente. Disseram que você está e você não acreditou. Doente é como você se sentirá em instantes, se cair na real. Mas qual é a real de tudo isso? Existe uma estratégia pra resolver? Aqui vem a minha opinião: não pense! Paul já disse "live and let die". Lembre do acaso e do seu poder. Fique firme. Seja livre e aberto pra algum raio de sol que está vagando por aí e você ainda nem sabe. Qual é mesmo a capital daHungria? Faz frio nas Filipinas? Quantas suecas você já beijou? Vaasssto mundo!

“There's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see you.”*



Quando o seu pai morreu um amigo disse: está doendo agora e vai doer ainda mais, mas você vai sobreviver. No dia que esse amigo disse isso você nem percebeu que a vida toda é mesmo assim. Aprenda a lidar melhor com as perdas e às vezes desista! Lembre que um dia você já foi a pessoa que, de uma hora pra outra, deu um fora em alguém que, também de uma hora pra outra, virou grudenta.

"Ficou um papo de otário, um papo
É tão difícil, tão simples
De repente ser uma coisa tão grande
Ia sendo bom
Difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa
Tão grande
Da maior importância"

Mas, voltando ao começo, já que passamos essas últimas linhas e você ainda não esqueceu: Correu a madrugada insone e veio o outro dia. Alguma informação ainda não apareceu e nem adianta pular a fogueira, por mais seguro que você ache. Sabe aquela futucada na ferida? Desista! Não, isso não é um discurso pessimista. É real. Guarde um pouco da sua dignidade pra você mesmo. E sim, existem histórias especiais que valem uma vida. Ou pelo menos a gente acha que vale. Também existem sintonias. Mas saiba que existem interferências. Lembre do caos sem perder a efemeridade de vista. E você não tem nada haver com isso.

"Há de haver um jeito qualquer, uma hora!
Há sempre um homem
Para uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher etc. e tal"

Vou te contar um segredo: ela nem se importava tanto assim. Então pra que tanto querer? Vai ser uma dureza, mas vai passar. E você vai viver pra mais coisas. E pra outras coisas. Reclame do clichê com a vida, não com o cantor.

"E se na vida tudo não valer
Eu vou procurar você
Pra dizer que não deu certo
Não bonito nem correto
Mas que a vida é mesmo assim
Assimile as cores desta canção"

Leve as coisas menos a sério. De forma leve. E na dúvida? Nunca se esqueça: Durma!

*"Há um pássaro azul em meu peito
 que quer sair
 mas sou duro demais com ele, 
eu digo, fique aí, 
não deixarei que ninguém o veja."

Agora são 9 da manhã. O seu celular acaba de vibrar...

domingo, 20 de julho de 2014

Sobre Montaigne e Amizade

“O amor é o desejo de alcançar a amizade de uma pessoa que nos atrai pela beleza” Montaigne

Iggy Pop e Debbie Harry


O escritor francês Michel Eyquem de Montaigne tinha o hábito de reler seus ensaios e republicar os livros com suas ideias comentadas e/ou reescritas. Essa era uma forma de renovar os ares de seu trabalho, manter os ideais atuais, a mente alinhada com seus frutos.

Em um de seus escritos Montaigne fez uma dedicatória ao amigo La Boétie, filósofo também francês que morreu jovem.  Em uma das citadas republicações, o escritor resolveu ampliar a dedicatória que dizia, simplesmente, "ao amigo La Boétie" e acrescentou: "Parce que c'etait lui" (Porque era ele). 

Em uma nova releitura, anos mais tarde, o autor adicionou ao lado da página: "Parce que c'etait moi" (Porque era eu). 

Outro tempo depois depois, ainda sobre a amizade com La Boétie, Montaigne disse: 

“Na amizade a que me refiro, as almas entrosam-se e se confundem numa única alma, tão unidas uma à outra que não se distinguem, não se lhes percebendo sequer a linha de demarcação. Se insistirem para que eu diga por que o amava, sinto que não o saberia expressar senão respondendo:porque era ele, porque era eu.”

Aos amigos que assim receberam esse título pela simples equação: "Porque era el@, porque era eu".

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Apenas o Fim

por Memorable Quotes

''- Você vê filmes demais. Vai acabar me amando pra sempre.''



''- Você é uma fraude, sabia? Uma fraude!

Bem bonitinha, mas uma fraude.''

''- Você me ama?

- Falar sobre amor é clichê.

- Falar que falar sobre amor é clichê é que é clichê.''

Esse texto vem todo recheado por citações de um filme chamado Apenas o Fim e de outras tantas aleatórias, que algum especialista em qualquer área (galera chata essa dos especialistas) diria ser outside. Ou seja, uma mistureba. Mas me diga você moça ou rapaz se, bem lá no fundo, o aleatório ou o shuffle do seu player de música, eles não fazem parte do melhor desse mundo? Ah… Aquele friozinho na barriga que nem só os apaixonados sentem, mas que vem das músicas do Belle & Sebastian:

“Colour my life with the chaos of trouble

Cause anything's better than posh isolation”

Nietzsche e suas linhas sobre o que Zaratrusta falava nos ensina que o espírito do homem passa por 3 transformações. A primeira é o camelo, que sai pelo deserto carregado de água; a segunda o leão, aquela coisa toda de quando você acha que está disposto a enfrentar um dragão pelo que você acredita ser a sua luta principal; a terceira transformação é de leão em criança. E o que é a criança se não a criatura mais esperta, sem medos e sem noias? A criança é a transformação final porque o homem está disposto a começar do zero e ser um camelo mais esperto ou não, depois de tanta surra do dragão. Aí eu pergunto pra você que está lendo essa leitura filosófica superficial que eu fiz aqui: O que é o fim? O recomeço ou o caminho pro re-fim?

''- Se você ficasse eu faria de tudo

para eliminar todos os meus defeitos,

mesmo não sabendo direito quais são.''

Aí vem Lacan em seus estudos e diz que não existe a proporção sexual. Ou seja, vamos esquecer aquela coisa de regra de os opostos que se atraem e vivem felizes para sempre. Ou você realmente me apresente algum roqueiro que se apaixonou por alguma fã de Luan Santana. Opa, pera aí, isso já aconteceu que eu sei… Mas vamos lá, não é só o gosto musical que define alguém. A música é uma coisa da boca pra fora, de como você se mostra pro mundo, mas numa perspectiva do que você quer mostrar. Claro que há gente que usa aqueles clichês de “filosofia de vida”, que não convém discutir por aqui. Talvez a definição que mais diz de você numa relação é: a vontade de estar com o outro e a vontade de estar só com você. De ser você sozinho, às vezes.

''- A gente se perdeu no momento em que a gente se encontrou.''

Não é questão de ser um problema de alguém, não vá se perder por aí. É bem mais que isso. São tantas galáxias por aí, o mundo de cada um é um universo infinito ou mesmo um planeta. Algumas vezes a gravidade faz as suas brincadeiras e coloca na mesma translação, pelo tempo que durar, dois planetas. Mas sim pessoal, isso é fadado ao fracasso. Lembra daquela coisa da matemática de que duas retas paralelas se encontram no infinito? O professor não ensinou essa parte, mas às vezes é por puro tédio. Mas vamos falar dos 50% que pode dar certo. Talvez resida aqui aquele exemplo do roqueiro e da fã do Luan, que pode ser fã do Chico Buarque. E pasmem, os dois podem gostar da mesma música do Los Hermanos. Aí eu lembro até do Marcelo Camelo cantando as Quatro Estações com a Sandy. Essa é a parte otimista do texto onde eu digo que pode dar certo e que há uma ligação que não precisa ser entendida. Então pare de tantas perguntas e vá a luta. Me diga quantas combinações gravitacionais você acha que existem? Quantos sistemas em torno de estrelas como o Sol existem por aí harmonizando tanto as diferenças? Se você realmente tiver essa resposta eu vou chamar você de louco e dizer que de amor você nunca vai entender. Porque Belchior já disse: 

“Viver é melhor que sonhar

Eu sei que o amor

É uma coisa boa

Mas também sei

Que qualquer canto

É menor do que a vida

De qualquer pessoa”


“Quer dizer, a vida é muito pior” 

Eu diria, que não dizer o que pensa já é pensar em dizer, porque a próxima citação desse texto é de um filme do Godard e eu acho que as músicas do Amarante combinam mais com Godard. Só pra falar da quantidade infinita de possibilidades que existem nessa vida. Mas eu ainda sou um otimista que acredita do acaso. Se terminou é por que algo estava pesando pra um lado ou pros dois. Veja você se não é assim em Acossado, naquela cena do quarto de hotel:

ELE: Por que não dorme comigo?

ELA: Porque quero saber… Há qualquer coisa em você que eu amo, mas não sei o quê. Quero que sejamos como Romeu e Julieta.

ELE: lsso são mesmo ideias de mulher!

ELA: Está vendo! No carro disse que não podia viver sem mim. Afinal pode! O Romeu não podia viver sem a Julieta, mas você pode.

ELE: Não, não posso viver sem você.

ELA: lsso é mesmo de rapaz!

ELE: Sorri para mim. Vou contar até oito. Se até lá não sorrir, te esgano. Dois. Três. Quatro, cinco, seis. Sete. Sete e meio. Sete e três quartos... É tão covarde, aposto que sorri.

ELA: Não estou para essas brincadeiras hoje.


Eu diria por último, para você conversar com você mesmo. Isso te faz feliz? Isso te faz realmente feliz? E aqueles momentos em que você já não aguentava mais? Esqueceu deles foi? Ou você realmente está vendo as coisas de outra forma? Esse novo você te incomoda? Certeza que não? Saiba de uma coisa, não adianta postar esse texto no mural do seu Facebook, a pessoa não vai saber que é para ela. E pior, se nem Facebook existir vai ser pior ainda. A melhor reforma que você faz é dentro de você mesmo. Lembre das três transformações do homem mas não pelos outros, por si mesmo. O seu melhor tem que ser o melhor pra você. Nenhum texto vai terminar o seu fim. Respire um pouco por aparelhos e lembre sempre que o maior ensinamento beatnik diz: o importante é ir...

“Nossa bagagem maltratada fora empilhada na calçada novamente; 

nós tínhamos mais caminhos para percorrer. 

Mas não importa, a estrada é a vida.”


Ou pense um pouco nos futuros amantes de Chico:

“O amor não tem pressa

Ele pode esperar em silêncio” 

Mas se nada mais fizer sentido, volte para “Apenas O Fim”:

''- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.

- E agora? Agora é o resto das nossas vidas.''

Ou sinta aquela pequena alegria como nas letras do Amarante e saiba que o caminho é o fim mais que chegar. 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Conte comigo

Acordei hoje sentindo que uma intervenção ia pintar por aqui. Acabou que o dia foi passando e nada de uma ideia, um pensamento solto, nada, nada. Aí agorinha estava ali no Facebook e uma dos contatos compartilhou um texto do Ivan Martins, sim, ele, nosso referencial de amor facinho.

Nos comentários da postagem amiga uma troca de "Conte comigo" me motivou, mas já estou indo muito adiante... Voltemos. O texto é inspirado em um poema do Mário Benedetti chamado Façamos um Trato. Dito isso, seguem as instruções. 


Você já percebeu onde estou querendo chegar? Sim, é isso, hora de assumir responsabilidade pelos que a gente ama. 

3. Escreva no mural., no inbox, no whatsapp, no email, ligue, visite, mas diga. Diga para ele ou para ela, ou para ele e ela que eles podem contar com você. Para o quê? Ah, não importa, escolha uma ação para se colocar disponível e diga: Conte comigo.

Se quiser pode ir com o poema do Benedetti, ou com essa imagem aqui embaixo, que é pra deixar claro e em letras garrafais.

C O N T E C O M I G O.



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Da internet para as ruas


A página do Viver de Chamego volta e meia tem uma imagem bacana, diferente. São as maravilhas que nos deparamos no universo virtual e que valem a pena compartilhar. 
Mas e se desse pra dividir essas delícias com mais gente? Uma seleção de quatorze frases que figuraram essas reproduções virtuais ganharam o espaço urbano de Vitória da Conquista. Espalhadas entre as ruas são pequenos lembretes de como a vida de vez em quando merece uma pitada se surpresa, afinal:

A rotina é a renuncia do pensamento.

Se você encontrá-las por aí fotografe, re-reproduza. Use a #ViverdeChamego (ou não), mande para alguém especial. Procure outras imagens por perto, elas estão quase que dispostas em um só caminho. Mas como nem todo mundo passa por essas bandas, aqui vai alguns fragmentos dessas frases em seus devidos cantos.












sábado, 5 de julho de 2014

Vida de Guerrilheiro

por Clara Charf*

O guerrilheiro.
O que facilitava é que eu vivia com o Marighella, que era uma pessoa maravilhosa, humanista. Dividíamos todas as tarefas da casa. Logo ficou combinado que ele ficaria com as coisas mais pesadas. Ele adorava mexer com água, então, lavava o chão, lavava roupa. E eu passava. Até que um dia ele saiu e, quando voltou, eu estava passando roupa. Ele olhou, deu uma volta e falou: “Vamos combinar uma coisa. Não passe enquanto eu não estiver em casa”. Eu disse: “Por que, se você não sabe passar?”. Ele respondeu: “É que, quando você for passar, vou ficar ao lado, lendo para você”.

Em tempos de guerra ou calmaria o que acaba importando são as pequenas doses de afeto. Mesmo nas situações que parecem impossíveis as coisas tomam seu rumo, o rumo certo.

*Link da postagem original, Clara fala em entrevista a TPM.




quarta-feira, 2 de julho de 2014

#IntervençõesdeChamego Um Livro Afora

Eu vivo tendo ideias para o blog, algumas bem boas, outras nem tanto... Mas acabo sucumbindo a minha preguiça fatal ou até mesmo outras obrigações que surgem. Mas dessa vez eu resolvi mudar um pouco isso, claro que não sem certa langanhice (essa postagem, por exemplo, deveria ter rolado ontem).

Então, tenho pensado já faz um tempo em algumas intervenções, interações entre o real e o virtual que pudessem movimentar um pouco as coisas por aqui. Já tenho algumas ideias em mente e conto com outras que virão no decorrer do processo.

Comecei com uma coisa que queria muito fazer já tem um certo tempo. Presentear alguém com um livro. Mas não qualquer alguém, alguém que eu não conheça, assim, de surpresa. Existe um projeto na internet bem legal que estimula isso, não achei o link agora, mas tenho plena consciência de que estou imitando alguém. Mas as boas ideias merecem ser estimuladas, multiplicadas, claro que com os devidos créditos (mil perdões).



 Escolhi um exemplar de Doze Contos Peregrinos do Gabriel Garcia Marquez, escrevi uma breve dedicatória, coloquei na bolsa e parti. A escolha do livro não foi fácil, tenta só desapegar de um de seus livros, é bem complexo. Também não queria dar qualquer coisa porque se não a brincadeira não teria graça. Então lá fui eu e um livro do Gabo comigo já tem mais ou menos quatro anos, pronto para ser amado por outro alguém.



A escolha do local foi difícil. Dei umas voltas no centro, pensei em pegar um ônibus, mas estava com a câmera e precisava ser um local onde ninguém atrapalhasse meus planos gritando: "Moça! Moça! Você esqueceu seu livro". Rodei, rodei e acabei voltando para a praça aqui perto de casa, uns casais em um canto, umas crianças jogando bola em outro, ninguém muito ligando pra doida fotografando o livro em cima do banco. Na saída notei uma mulher se aproximando, para não correr o risco saí de fininho sem olhar pra trás.



Não sei quem ganhou meu presente, não sei se o livro vai ser lido, mas espero que sim, gosto de pensar no quanto a vida de alguém pode ficar um pouquinho mais gostosa ao lado dessa boa companhia. E se você, por acaso, recebeu o mimo e veio até aqui, se manifeste e como eu já disse na dedicatória, passe a ideia adiante.

A próxima ideia já passou pela cabeça, logo logo conto aqui.