quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A verdade é que a gente vai ter um filho

Estava no ônibus, num desses momentos fora de pico onde você felizmente encontra calma. O silêncio e a momentânea falta de música ou livro me fizeram sem querer ouvir a conversa alheia. 

O que segue adiante é um misto da realidade e a fantasia produzida na minha cabeça a partir das frases soltas. O que não foi (e até mesmo o que foi) não importa diante de tantas possibilidades do que pode ter sido.
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Eu tinha saído a pouco do médico, estava no trajeto de casa, não lembro da rua, não lembro da hora, o pensamento lá bem a frente, já na gente em casa. Foi quando você precipitou os planos e me ligou. Perguntou se eu estava bem, fez mais alguns rodeios, quis saber se a clínica estava cheia, sempre está. 

Sua curiosidade era cada vez mais expressiva na voz. De repente no meio de uma das minhas respostas você foi logo querendo saber do resultado. Negativo, ele disse que pode ser um problema de hormônios. Sua risada sem graça do outro lado da linha, a momentânea falta de palavras, depois um comentário amistoso. Não, nada grave.

Depois disso a conversa não se prolongou por muito tempo. Prometi contar os detalhes em casa, mandei beijos, soltei uma risadinha. Assim que desligamos veio o arrependimento. A piada saiu como o planejado, mas sua voz apreensiva, eu achei que... Eu não achei nada, não sabia qual seria sua reação, mas claramente o desapontamento na voz não combinava com o humor com o qual eu planejei o truque.

Menos de cinco minutos depois e minha cabeça já estava as voltas. Na falta de uma companhia com quem pudesse compartilhar a apreensão murmurei comigo, em voz alta, e agora?

Liguei de volta. Você ficou chateado? Você negou, é claro, falou das várias oportunidades, dos planos futuros. Aí quem te interrompeu fui eu. Era mentira. Eu tava brincando. Sua risada foi de alívio, sem jeito. Perguntou se eu tava brincando. Não, agora não. A verdade é que a gente vai ter um filho.

Sua alegria era infantil. Rimos, rimos, alguns segundos em silêncio. Você agoniado e um tanto mal informado sobre anatomia e gestação perguntou do sexo. Ainda não dá pra ver, é muito cedo. Aham, um menininho....

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Bordados na pele

Já falei desse assunto aqui. Desde que fiz minhas primeiras tatuagens fiquei apaixonada pelo tema. Durante esses meses, mesmo sem perspectiva de fazer novos desenhos continuei coletando imagens e o resultado, é claro veio parar aqui.

São tantos desenhos lindos que eu tô pensando em fazer dessa uma seção permanente no blog. Quem sabe?







terça-feira, 29 de outubro de 2013

Living, eating and fashion

Lifestyle, culinária e moda, as três coisas juntas criaram um dos canais mais bacanas que já vi na internet. Sem essa de dicas inúteis e tutoriais exaustivos e que não ajudam em nada. 

Leaf, é todo feito com dicas rápidas, pouca enrolação e ideias maravilhosas. Salada de flores, de miojo, drinks de lavanda. Tudo muito simples e ao mesmo tempo charmosíssimo. Quer aproveitar o clima e chamar os amigos? As receitas já estão na mão!

p.s: Os vídeos estão nem inglês, mas é tão didático que fica bem facinho entender.


Lavender Champagne Cocktail from LEAFtv on Vimeo.


Edible Flower Salad from LEAFtv on Vimeo.


DIY Seashell Candles from LEAFtv on Vimeo.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

#PlaydeSegunda Calor do Amor...



Está decretado: Segunda é dia de música aqui no blog. Gostou da decisão? Pois é, uma playlist por semana pra começar bem os trabalhos e ficar com menos saudade do sábado e domingo.

E vamos começar com um tempo bom, quente e suave que chegou junto com a Primavera. O calor. Não é verão ainda, mas pra mim é como se fosse. Então segura que a  playlist tá ensolarada, toda preguiçosa, como o clima pede.

Quem puxa o carro é nosso muso, Rodrigo Amarante trazendo o feitiço da sorte... Aí segue Moreno Veloso vem pra cá, Deuso do amor... e depois disso o que há é mais beleza ainda. Um pouquinho de psicodelia com Tame Impala, um balanço com Silvia Manchete. Não dá pra parar de ouvir, quer ver só?

#PlaydeSegunda Calor de Amor by Maria Eduarda Carvalho on Grooveshark

E aí, tem dicas para a playlist da semana que vem? Deixe um comentário aqui ou na nossa página no Facebook.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Aquarelados

Tem uma porção de novas páginas no Facebook e Tumblr com desenhos de gente muito talentosa. Se pudesse divulgaria todos, mas ainda não os conheço, então toda vez que chega um novo na minha coleção chego aqui pra contar.

Tenho um alerta no We Heart It caso algo novo seja hearteado com os principais artistas que admiro. Qual não foi minha surpresa ao abrir a seção e dar de cara com meus pupilos aquarelados!

A responsabilidade do feito é do Tumblr SNSEMSTLCP, nele o artista atende a desejos enviados pela ask e desenha seu artista favorito. Os meus já estão quase todos lá, será que el@ conhece Caetano Veloso?

Ó só....


Miles Kane

Devendra Banhart

Ezra Miller

Alexa Chung

Robert Plant

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Una Sola Palabra de Amor

"Enrique, é María Teresa, atende. Até quando tenho que esperar? Não faça isso. Não me sinto bem." Tu-tu-tu...


"Enrique, sei que você está aí. Por que não para de mentir? Se não é melhor se internar." Barulho de fita rodando.



"Lamentavelmente sempre falo com uma máquina [...] É sempre essa ausência. Amor, jamais. Nem uma só palavra de amor." Tu-tu-tu...


Os onze recados deixados em uma secretária eletrônica foram a base do curta-metragem argentino "Ni Una sola Palabra de Amor" (nem uma só palavra de amor), do diretor El Niño Rodríguez.

No enredo, María Teresa e sua extenuante conversa com uma máquina na tentativa de se resolver com Enrique.

Final feliz
Ao ver sua saga encenada, editada e publicada, Maria Tereza procurou um jornal local para revelar: ela e Enrique estão juntos até hoje, 30 anos "juntos e ausentes"*.



*Vi a matéria na Folha Ilustrada onde Maria Teresa usa a frase em questão.

domingo, 20 de outubro de 2013

#Play6 Viver de Chamego


Sem mencionar a demora que demorou pra sair, aqui estou eu com mais uma playlist pro blog. Venho notado uma repetição de artistas nessas playlists, dessa vez a priori tentei modificar, mas não deu muito certo. Acho que por fim estamos, nós e os artistas numa sintonia muito boa que de tempos em tempos resulta num agrupado de canções.

Abrindo alas, Caetano Veloso, que ontem me brindou com um show maravilhoso onde expulsei todos os males que me afetavam. Caetano abriu também meu apetite para devorar outras romantices gerando o resultado que vocês podem ver... 

A #Play6 conta também com muitas versões, canções de Tim Maia, Ângela Rorô, Cazuza, interpretados por "novos" artistas e suas propostas mais ousadas... No meio deles e entre tantos outros a majestosa Bibi Ferreira interpretando Basta Um Dia, do musical Gota D'água de Chico Buarque. A música em tudo traduz o sentimento dessa nova playlist que, confesso, beira a Fossa.

Terminando com Gambito Budapeste, em memória da aparição saudosa que deixou a Banda Cê (Marcelo Callado!) em meu coração. Sem mais delongas...

Ah, pra você que já estava acostumado a #Play5 e tá com saudades, olha ela aqui.

Viver de Chamego #6 by Maria Eduarda Carvalho on Grooveshark

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Tereza,

por Pedro Fonseca



De tantas coisas é feito o amor que, dentre tantas, seria incapaz de dizer uma só que fosse tradução do sentimento mais precioso e que, de fato, nos difere uns dos outros. É aquilo que mais amamos que nos faz diferentes, completamente diferentes, até dos que parecemos tanto. Dou um exemplo. Sua mãe e eu somos muitos parecidos, gostamos de gentes, lugares e coisas muito, mas muito similares.

Mas aquilo que amamos intimamente – aquilo que não é dito, nem visto a olho nu – nos faz únicos. E, assim, nos encontramos e reencontramos diversas vezes até chegar ao que somos hoje: dois seres completamente distintos (quase iguais). Das somas desencontradas do que amamos intimamente, sua mãe e eu encontramos, diariamente, um ao outro – tão parecidos.

De tantas coisas que o amor é feito, até hoje, eu seria incapaz de dizer uma só que fosse tradução deste sentimento mais precioso, que nos difere uns dos outros – que é este tal amor.
Até hoje, eu seria.
Hoje, não mais.
Consigo traduzir em apenas uma única palavra o que é esse tanto amor.
Tereza.
Eis a palavra. Um nome. Seu nome, filha. Este será o seu nome: Tereza.
Venha em paz, com saúde.
Já te amamos.

Do seu pai, da sua mãe, do seu irmão, da sua irmã.

Texto originalmente publicado no blog "Do seu pai" do Pedro Fonseca também responsável pela linda foto.