sábado, 9 de março de 2013

"... E eu nem cri na minha sorte..."


Por G.C

Antes de me aproximar do seu corpo e sentir seu coração disparar, achei que estava apaixonada por você. Naquele momento, quando tudo ao redor parou e seu coração correu depressa, disparado tentando fugir de mim, foi ali que eu voltei atrás. Percebi que eu nunca tinha sentido aquilo, nunca tinha vacilado. E como poderia ter me apaixonado sem oscilar?

Enquanto seu peito arfava o meu estava tranquilo, então acho que foi uma espécie de aviso. "Aqui mora um ser humano, aqui existem emoções, não brinque comigo. Não brinque de estar apaixonada por uma versão de mim que você mesma criou".

E eu ouvi o recado, quase recuei nas minhas ações de imediato, mas fui em frente e te beijei. Te beijei porque você me deu uma sensação maravilhosa, seu nervosismo me acalmou. Eu não toquei as suas mãos, mas posso jurar que elas estavam suadas. Então eu sorri e você se acalmou.

Aí sim, fiquei naquele momento - e só por aquele momento, quase apaixonada por você. Mas logo depois as paranoias surgiram e eu enquanto eu ainda te beijava tentava descobrir que sentimento era aquele.  Me recordo de uma indecisão, uma pressa desnecessária, cobrava uma sensação te felicidade ou satisfação por ter finalmente seus lábios colados aos meus mas do contrário nada disso aconteceu.

Talvez tenha sido culpa da minha afobação em decifrar sentimentos. Por mais que sempre tenham me pedido, não sei deixar o barco correr. Me apaixono de imediato, me decido no mesmo momento, não perco tempo me deixando... permitindo... indo... Eu sei que deveria. Então eu decidi, por essas e por outras, zerar nosso cronômetro. 

E dá próxima vez que te beijar, vai ser como se fosse a primeira vez. Quem sabe assim eu me apaixone por quem você é de verdade. Anseio um pouco por esse sentimento. E aí, talvez, meu coração dispare.

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