quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Choque de Amor!

Choque de Amor de Juiz de Fora - MG

Não, não é Shake de Amor, é Choque mesmo. A intervenção começou no Rio e já tem outras edições realizadas por aí e tem uma ideia muito bacana, distribuir doses de amor no meio desses dias tão agitados.

Pra entender melhor assistam ao vídeo:



Espalhe essa ideia!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Esmero

Pois então, após uma longa pausa nas postagens, pela falta de tempo e inspiração, cá estou eu novamente para mostrar o belo trabalho de uma estilista pra lá de fofa.
A Helen Rödel é especialista em peças feitas de crochê e tricô, de modo bem minimalista, numa proposta avessa à produção industrial.

 















































Preciso confessar que além das peças, a Helen me encantou com seu perfeito encaixe das palavras, metáforas agradáveis que tecem um lirismo sutil, doce.

Esse video sobre a coleção Estudos XXI, apresentada no Dragão Fashion 2011, resume lindamente todo esse post. Deliciem-se:


Helen Rödel - Documentário Estudos MMXI (english subtitles) from Helen Rödel on Vimeo.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Leminski no muro


Tem duas coisas que a gente particularmente gosta bastante. Pichações poéticas nas ruas e quase qualquer coisa Paulo Leminski.

Em Curitiba eles uniram os dois e a vontade que dá é de pichar isso na casa do vizinho em frente só pra acordar todos os dias com um motivo a mais para ficar de bom humor. É uma pena que talvez o vizinho não concorde né?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Qualquer idiota diz eu te amo

6020355132_af06c6840e_z_large

Não se trata de incapacidade de sentir a coisa, sou um ser humano plenamente funcional. Mas, sabe aquela do Stevie Wonder, "I Just Called To Say I Love You"? Pois é, não está na minha lista.

Bem, só que eu estava saindo tempo suficiente com esta garota, já não podia me considerar um simples turista em seu sofá-cama, naquelas noites de sexta-feira e sábado e domingo e segunda-feira. Uma tarde, assistindo "(500) Dias Com Ela", ela resolveu chorar no meio do filme, não lembro em qual dos quinhentos dias e isso também não interessa. O que importa foi ver ela chorando e tentando esconder o rosto com a franja, e como ela segurava os dedões dos pés, os dois simultaneamente, sentada no sofá-cama feito índio ou como uma pequena menina de 14. Eu quis abraçá-la. Eu adorei aquilo. Eu... (longo suspiro) sei lá, cara.

Oito meses, um ano, mais três meses e eu não disse a coisa, embora tivesse vontade de dizer o tempo todo. Umas noventa vezes fiquei a ponto de formalizar o sentimento e aí parei, então ela acabava perguntando "O quê?" e eu "Nada" e ela "Anda, fala logo" e eu "Vai parecer besteira" e a cena terminava por aí mesmo. Em minha defesa, em defesa de todos os espécimes do meu tipo, há outras mil maneiras de fazer isto, não? Levar avós em torneios de biriba, submeter-se a testes de HIV antes de abolir a camisinha, descer até a farmácia e pedir ao senhorzinho de jaleco branco aquele com abas e substâncias antiodores para fluxos intensos, buscar avós em torneios de biriba. Você entendeu.

Aí ela ficou de me ligar e acabou sumindo. De começo achei que foi pela minha mania de fazer xixi assobiando alguma coisa dos Monkees. Mas com o tempo percebi, me dei conta, caí em mim, que a razão daquela ausência insustentável era a economia com meus "eu te amo" e como aquilo poderia ser interpretado. Falta de comprometimento. Não-amor. Que aquele um ano não tinha significado algum. Que ela não era amável. Era tudo um desperdício de vida. Não sei. Vai saber. Garotas são loucas, se fossem vendidas em frascos, viria rotulado: contém 1 drama. Acontece que eu não sei. Não sei se amo ou não.

Liguei para, você sabe, sondar como estavam as coisas. Deixei escapulir que queria vê-la. Precisava, na verdade. E ela "Por quê? Por que você me quer tanto de volta?" - Eu sabia, claro. Mas ela queria saber também, ouvir, anotar num papel de pão, deglutir, rabiscar a frase no espelho com batom magenta, gritar pra todo mundo ouvir, sair cantando Stevie Wonder. Garotas não desaparecem sem um truque na manga, anota isso aí. Então eu disse "não sei", ela quis desligar, eu quis conversar, até que ela venceu com "não vamos discutir a relação sem efetivamente estarmos em uma". Faz sentido.

É tão difícil assim?

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu não sei. Quer dizer, eu sei. Eu acho que sei. Bem, parece, tudo indica, acho que decidi que, puta merda, eu amo você.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque estou te ligando movido pela vontade de reaver você e aquilo que tínhamos até semana passada. Eu penso em você dia e noite e fico ridiculamente abalado se a gente acaba brigando. Eu acho que te amo, garota.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque amo você, eu acho. Não sei ao certo. Sei que jamais terei certeza se você continuar com essa bobagem estúpida de ficar longe de mim.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu te amo, sua morena invocadinha.

Fácil. Até demais. Qualquer idiota consegue, talvez seja menos complicado cuspir isso sem realmente sentir. Os mentirosos são os mais fortes, têm mais estômago pra esse tipo de composição gramatica e sentimental. Eu não, hesito, sinto medo e quando estou a ponto de bala de dizer a coisa, meu queixo treme e chego a passar mal. Mas amo, é o que importa. Amo demais. Sem discursos, sem frase de efeito, sem irresponsabilidades. Eu sei porque se não fosse tão forte eu não ficaria sem palavras.

Gabito Nunes é escritor, não é parente da Lalá e nesse exato momento é o segundo homem com quem eu gostaria de estar porque escreve muito bem. Você encontra mais dele aqui: http://www.gabitonunes.com.br.

Dos Pés

Bed-couple-cute-feet-floral-favim.com-49490_large

Tumblr_lvzzlriuxv1qbbjfeo1_500_large

Tumblr_lvwquu2kni1qjh014o1_500_large

Nas ruas passeiam os pés
Os pés que pisoteiam o asfalto não são meus
Não são meus, nem são seus
Os seus andam com os meus
Curvas retas e até ladeiras


O nosso andar vai junto
Porque os meus pés são os seus
E os seus estão nos meus
Pés.

  Dos pés by Barbara Eugenia

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

3 formas diferentes de classificar as nuvens

Tumblr_lp6qv6h5vt1qco2jso1_500_large

Como:

1. Um bom motivo pra olhar mais vezes para o céu
2. Um ótimo lugar pra se colocar a cabeça 
3. O melhor jeito de lembrar que todas as tempestades desmancham


Diários da Bicicleta, o blog da Silvana Avano dá muitos motivos pra levar uma vida mais leve. Silvana é uma poetinha daquelas e ainda por cima faz livros infantis, que linda!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A perigosa Quadrilha das redes sociais




João seguia Teresa que cutucava Raimundo
que curtia Maria que compartilhava Joaquim que bloqueava Lili
que não adicionava ninguém.
João largou de ser nerd, Teresa virou budista,
Raimundo morreu na mão, Maria foi pra Catalunya...
Joaquim cutucou de volta e Lili firmou “relacionamento sério” com J. Pinto Fernandes
que nunca tinha entrado sequer no velho Orkut.

Xico Sá é uma das nossas grandes inspirações, por essas e por outras histórias.
Publicado originalmente em: http://xicosa.folha.blog.uol.com.br/

sábado, 3 de dezembro de 2011

Namore um cara que lê

Publicado originalmente em Acepipes escritos, achado em Livros e Pessoas.

Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.

Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.

Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.

Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.

Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.

Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.

Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.

E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.

Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.

Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.

Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho.

Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê.

Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve.